Notas:
Bem vindos de volta! Bem vindos a Old School a coluna que
não traz nada de velho, apenas o que é clássico! Pois bem, volto minha face ao
computador e me dedico a essa coluna, não que nada pudesse ser postado antes,
mas não queria fazer um post corrido. A vontade de fazer um review legal, as
mudanças de idéia de ultima hora (somado ao dia a dia corrido...) me fizeram
demorar mais para este post, mas assim como eu me divirto escrevendo, espero
que vocês também aproveitem e mandem sugestões sempre que quiserem!
Um chero!
NenoZero
Prefacio
A época entre o final dos anos 80 e ate a metade dos anos
90, foi marcada pela era do herói “brucutu” (macho jurubeba), Van Damme, Steven
Seagal, Sir Chuck Norris são alguns exemplos de gente que adorava distribuir
porrada. Heróis que aparentemente não sofriam de dramas sentimentais, carência
profunda ou crises existenciais... tisc, tisc, tisc, Nahhh! Um bom enredo de
herói brucutu não precisava de drama, o que importa é a ação, coisas explodindo
e membros de algum grupo “separatista da esquerda social agressiva”
(terrorista) voando pelos ares. Essa era a essência (sem esquecer as
perseguições de carros, porque filmes de ação sem perseguições de carro são
filmes incompletos). Não me interprete mal, gosto de cinema e dos mais variados
tipos de filme, mas admito que adoro filmes brucutu até hoje, é clichê e a
graça esta justamente aí. Pense que o
tio Swarzer teve que derrubar um país só pra salvar a filha dele, e não é em
sentido literário não, o cara botou o lugar abaixo mesmo (também saltou de um
avião em movimento e matou um cara do Village People). Era uma vez Val verde...
Essa testosterona não ficava só nos filmes (e na
realidade), foi parar nos games também e nos anos 90 os jogos beat’n up
(brawler) eram febre e podiam ser encontrados em qualquer árcade típico da
época, em um ambiente propicio. Um boteco cheio de bêbados, marmanjos e
pivetinhos (meu grupo), lugar ideal para curtir uma rodada de Cadillacs &
Dinossaurs. Um jogo que fazia muito sucesso era “Final Fight” da Capcom, que
posteriormente acabou convertido para o Super Nintendo, nos tirando dos botecos
para continuar a pancadaria em casa, estava mais do que claro que a Sega não
podia ficar parada e investiu legal numa trilogia grandiosa (não perfeita...),
que é considera por muitos como a melhor do gênero de todos os tempos. Tenho
meus interesses pessoais em Streets of Rage, mas não se pode negar a
criatividade investida na pancadaria, sendo assim falemos de cada um de seus
episódios...
Streets of Rage
“Esta cidade já foi um lugar feliz e
tranqüilo... Até que um dia, uma poderosa organização criminosa tomou conta da
cidade. Um sindicato cruel logo teve o controle do governo e até mesmo da
policia. A cidade tornou-se um centro de violência e de criminalidade, onde
ninguém está seguro. Em meio a essa turbulência, um grupo de jovens
determinados jurou limpar a cidade. Entre eles estão Adam Hunter, Axel Stone e
Blaze Fielding. Eles estão dispostos a arriscar qualquer coisa... até as suas
vidas... no... Streets Of Rage”.
Esta é a chamada inicial do jogo, típico
roteiro de um dos filmes do Van Damme, não é pra menos, afinal, a idéia do beat
n’ up é justamente essa. Esta serie é uma das minhas favoritas da era 16 bits e
a considero como “o segundo melhor jogo multiplayer da nossa infância”, de uma
maneira mais reservada, não é como ISS, que você junta à galera toda pra jogar,
esse game é mais bem curtido em dois. Como nas suas férias de Julho, onde você
passava uma semana na casa de seu primo (a), ou vice-versa e além de frio,
estava chovendo La fora, então vocês se agasalham, pegam um copo de Coca e liga
o Mega Drive para curtir uma boa sessão de pancadaria. Sendo assim fica difícil
falar sobre Streets of Rage em um post só e para não deixar uma coisa muito
extensa ou cansativa, reparti o post em dois. Esta será somente a primeira
parte
A sega mandou bem e o jogo não é uma simples
cópia de Final Fight, pelo contrario, ele possuí identidade própria. Você pode
notar pela fluência do jogo, por exemplo: quando você entra em contato com o
inimigo, você não o arremessa para alguma direção logo de imediato. A partir do
momento que você agarra o inimigo, fica disponível uma nova “paleta” de golpes
que variam de cabeçadas, cotoveladas, joelhadas, pontapés no queixo, etc.
dependendo do personagem que você escolhe. Mas o ponto alto disso é usar o
corpo do inimigo como apoio para saltar sobre ele, uma vez em suas costas você
executa o golpe que minha prima chama de “Racha Crânios” (se você conhece o
nome real, por favor, me informe, eu gostaria muito de saber). Outro lance
legal é os golpes em dupla, utilizando seu amigo como apoio pra salto ou
arremessando ele, ao contrario também, e no mais ainda existe a possibilidade
de cair em pé quando você for arremessado por um inimigo... Mas se a coisa estiver bem barra pesada,
ainda pode-se contar com uma pequena ajuda de um aliado da policia. Um ataque
especial que acaba com todos os inimigos em cena, seja com um tiro de bazuca ou
uma rajada de napalms... uff!
Por sua vez os inimigos não são tão
facilmente repreendidos como parecem, muitos deles reage de maneiras diferentes
a seus ataques, se agachando, recuando ou usando um golpe super inesperado como
uma rasteira (e você achava que ele só iria te arremessar). Vale lembrar que
alguns são muito pesados para serem carregados, como o boss da quarta fase, e
vão cair em cima de você caso tente alguma manobra ousada. E já que um assunto
liga a outro, os chefes desse primeiro episodio são simples brutamontes, que
aparecem na mesma quantidade de jogares que estiverem em cena, com exceção dos
clones malvados da “Mulher” (para alguns eram irmãs dela...) que vão sempre
aparecer como dupla e vão te dar muito trabalho.
A jogabilidade de Streets of Rage é bem
simples mais bastante variada, o que torna o jogo envolvente, mas... Não é essa
a principal razão. Os louros vão mesmo para Yuzo Koshiro, que fez uma trilha
sonora muito show, envolvente, e de ritmo ideal para o jogo. Sem cair naquele
infeliz repeteco do game rival, onde você ouve a musica da segunda fase na
quarta e a da terceira na quinta e as mesmas musicas acabam enchendo o saco.
Cada fase tem uma musica exclusiva de acordo com a ambiente, destaque para as
musicas da 3º fase, 5º fase e Chefe! Em minha opinião as melhores. Movidos a
tudo isso você deve atravessar a zona do mercado, a periferia, praia, uma ponte
em construção um navio que cruza o rio da cidade para enfim chegar ao quartel
general do sindicato do crime. Ainda assim é preciso atravessá-lo inteiro e
subir ao ultimo nível para ter acesso ao andar do poderoso chefão. Após chegar à sala de Mr. X, o esperto vilão
Após chegar à sala de Mr. X, o esperto vilão antes de qualquer coisa, resolve
corromper os personagens oferecendo-lhes o posto de braço direito, uma posição
respeitável no mundo do crime (essa foi uma idéia super original!). Agora, ou
você da o braço a torcer e faz o BAD END, ou desse a porrada no vilão e
finaliza o jogo com chave de ouro. No caso
de estarem jogando em dupla e se os jogadores decidirem entrar para o lado
negro da força, terão que disputar entre eles e quem vencer se tornará o então
braço direito de Mr. X, ou pior caso aconteça uma divergência de idéias, cada
um terá que defender seu ideal, nem que tenha que matar o seu companheiro de
tantas lutas para isso.
Streets of Rage foi um jogo que
marcou época para muitos fãs, mas o boom ainda estava por vir...
Continua...