Série Streets of
Rage – Parte 2
Bem vindo de
volta “old schoolers” a coluna dedicada ao console perdido. Sei que tem um bom tempo desde o ultimo post, e se tratando de um post de duas partes fica bem chato ter que esperar por uma continuação, mas ela esta aí e é isso que importa. Mas tudo bem prometo que não ocorrerá mais e pretendo compensar. Vamos ao que interessa, retomando ao episódio dedicado ao Beat n’ Up.
Com o sucesso
de seu game de luta a Capcom logo tratou de mover suas vistas de novo para sua
serie beat’n up e logo chegou ao mercado o novíssimo Final Fight 2. Desta vez
com um enredo todo diferente e com personagens novos: uma ninja cunhada de Guy
e até um vulgo brasileiro conhecido como Carlos. Um jogo novo, mas tecnicamente
sem muitas novidades, de mais significativa a participação especial de Chun-li.
Com os ares ao seu favor, a Sega não podia deixar de a peteca cair.
Após um ano do fim do sindicato do crime, Axel Stone, Adam Hunter e Blaze Fielding, decidiram dar um novo rumo a suas vidas. Axel virou guarda-costas e Blaze agora trabalha como professora de dança (lambada). Porém Adam resolve se juntar a policia novamente e passa a morar numa pequena casa junto com seu irmão mais novo. Um dia, Axel recebe um telefonema do irmão de Adam: Eddie "Sakete/Sammy" Hunter (também conhecido como "molequinho de patins") dizendo que ao chegar em casa, havia encontrado ela toda revirada e seu irmão mais velho tinha desaparecido. O sumiço de Adam seria apenas o inicio do pesadelo, em poucos dias o sindicato do crime estava de volta as ruas, maior mais forte e com sede de vingança. Para enfrentar essa nova orda que contava com ninjas apelões e motoqueiros muito loucos, Axel contata seu amigo Max, sua gata Blaze e junto com o caçulinha Hunter, decide destruir o sindicato do crime, resgatar seu amigo e estabelecer a paz mais uma vez.
Streets of Rage 2
Como dito
antes, Streets of Rage foi foda, mas o grande momento da serie estaria por
vir no ano seguinte. Na maioria das vezes é difícil para uma continuação
superar a primeira versão, principalmente tratando-se de Streets of Rage. Mas a
Sega ergueu as mangas e deixou cair o suor verdadeiro de quem trabalha com o
coração e isso tudo resultou no maior e melhor beat’ n Up para consoles
domésticos de 16 Bits. Nascia o rei supremo da pancadaria, o jogo que enterrou
de vez Final Fight e consagrou a série. Este jogo é Streets of Rage 2. Superando
qualquer expectativa, Streets of Rage 2 conseguiu ser muito superior ao
primeiro. Primeiramente: Os gráficos, O jogo foi totalmente redesenhado,
cenários, personagens, objetos... Tudo foi feito dando valor a cada detalhe os
sprites ficaram maiores e mais bem definidos, ganhando vários quadros de
animação, por exemplo, agora existem três tipos de voadoras, o game superou
muito os níveis vistos em um jogo de Mega Drive, na verdade foi o responsável
por elevar o videogame a esse patamar, existem inimigos simples que parecem até
chefões devido ao detalhe gasto neles. E se tratando de inimigos esqueça a
memorização de interface dos capangas, porque agora eles possuem uma barra de
energia.
A pancadaria
não mais segue um padrão comum, começa nas ruas, mas você será levado (a) a
parques, estádios, navios e florestas tropicais antes de chegar à base secreta
do inimigo. Lembra quando disse que dos 3 tipos de voadoras? Pois é a
jogabilidade foi aprimorada, agora existem muitos mais golpes disponíveis.
Pessoalmente eu achei que perder aquela ajudinha da policia, tirou um pouco o
charme do jogo, acredito que fosse o pequeno toque de realismo que o jogo tinha, mas “golpes especiais”, isso foi incrível! Cada personagem
dispunha de dois (um em movimento e o outro parado) que serviam para muito mais
do que simplesmente afastar os inimigos.
Quanto à trilha sonora? Bem... excelente
para os padrões da época combinavam muito bem com os ambientes dos estágios e
não sofriam de “repeteco” (uff!!! Abaixo ao repeteco), destaque para o remix da
musica tema do jogo que toca na ultima fase do game. Os efeitos sonoros também
ficaram maneiros, tanto que golpear um inimigo com um cano tornou-se um momento
hilário pelo som da pancada! Mas ainda sim, o momento mais show é chagar a sala
final de Mr. X e antes da batalha final, ter que enfrentar seu fodástico braço
direito: Shiva (o ponto alto de qualquer filme brucutu, encarar o chinês
fodão...)
Após salvar
Adam, é só curtir o final do jogo, mais um... Memorável.
Streets of Rage 3
Depois que
Streets of Rage 2 tornou-se o jogo consagrado pelos fãs de Mega Drive como o
melhor beat’ n up de todos os tempos, a pergunta é, será que daria para
melhorar algo que já achávamos perfeito????? Não! Mas valeu a tentativa.
Os criminosos ressurgem mais uma vez e erguem o Sindicato
que por sua vez, espalha bombas pela cidade e ainda seqüestram o chefe da
polícia para manter as autoridades longe de seus planos, representantes políticos também não foram poupados, e todos, acabaram sendo substituídos por andróides. As coisas pioram para
Axel por levar toda a culpa
pelos acontecimentos. Sendo assim o herói é obrigado a
deixar sua vida tranqüila de lado e atender ao pedido de Blaze, formando uma
nova força tarefa para salvar a cidade...
Muita coisa melhorou em relação ao jogo anterior, uma
jogabilidade mais fluida, personagens extras, retorno dos finais alternativos,
novas habilidades como correr e esquivar... Mas ainda assim existem alguns
aspectos para eu não considerar este o melhor episódio da trilogia. Vou mostrar três.
*Primeiro: Já que salvamos o Adam no episódio
anterior, porque ele não é um personagem selecionável? “Ocupado demais para
ajudar” assim disse Blaze. Ocupado com o que? Se ele voltou a ser um policial,
sua principal função não é colocar os vagabundos na conta do Papa? O que é mais
importante do que atender aos apelos de uma gatinha? Pois é, os “bonsais”
podiam esperar...
*Segundo: A política de moral e bons costumes
americanos não estragavam somente animes naquela época, mas também os
videogames e assim sendo eles proibiram a aparição do primeiro sub-boss do game: um
alegre Ash, membro da tribo Village People (estava a caráter). Razões para
proibição não faltaram, “como as crianças vão reagir a isso” ou “o que estão
tentando ensinar aos nossos filhos” era o tipo de perguntas feitas pelos
conservadores norte americanos da época. Que merda! você só curtiria SOR3 full, se
adquirisse a versão japonesa do jogo, que também trazia sprites dos protagonista em cores diferentes da versão americana. (A versão japonesa trazia os personagens em suas cores tradicionais).
*Terceiro: WTF é aquela trilha sonora?
REPETECO????? NAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOO, e pensar que Yuzo ainda assinou
isso, tisc tisc tisc. O uso de um aparelho que cria musicas “automaticamente”,
foi usada para compor a trilha do jogo, podiam ter-lhe lembrado que a boa
musica vem do coração, mas isso não vem ao caso... A musica da primeira fase é a mesma do boss final. Ehhhhhh... nei sei como se procede.
Ok, mas independente de tudo isso, Streets of Rage 3 ainda é um jogo competente apesar de
tudo e divertido de ser jogado, principalmente agora com os “slides shows” que
aconteciam toda vez que você termina uma fase, eles contavam a historia, e um enredo elaborado melhorava a experiência.
Curiosidades ou não, sobre esse
assunto ou não...
Rola na
internet um fã game chamado “Streets of Rage Remake” que apesar de não ser
oficialmente feito pela Sega, não perde nada para qualquer outro titulo da
série. Isso porque, de fã para fã, obviamente o jogo só poderia contar com o
melhor dos três games já lançados. O jogo consta com todos os personagens
jogáveis já vistos e mais outros inéditos, varias fases com vários rumos
diferentes para serem traçados pelo jogador, diversos extras como minigames de
voleibol, cheats que variam desde sabres de luz, até corpos que explodem e o
mais sensacional: Um engine para você criar sua própria versão de Streets of
Rage. É ou não é um trabalho “profissa”? Pra quem curte SOR, vale à pena
baixar!
O alegre Ash
não foi o primeiro personagem barrado devido as sua orientação sexual. Em 1989
a bandida Poison Kiss que estreava no game Final Fight, teve sua biografia
alterada quando o game chegou nos EUA. Tudo isso porque a política de moral e
bons costumes americanos não aceitava uma “shemale” em um jogo de vídeo game
naquela época, a galera só descobriu a verdade, porque jogadores aficionados
adquiriram a versão japonesa do game, e esta contava com um “livro-encarte” que
tinha biografia de cada personagem. Houve muita especulação sobre o motivo que
teria feito a Capcom from USA adulterar sua personagem. No final a versão
original venceu, a personagem chegou a fazer pequenas aparições na serie Street
Fighter e conta até com um fã clube próprio. Poison também é personagem selecionável no novo cross-over peso pesado da Capcom: Street
Fighter VS Tekken.
Streets of
Rage foi adaptado para a literatura (???????), seu enredo foi consideravelmente
modificado para uma trama mais sinistra que a vista no game, com direito a
origens secretas, mutilações e... sexo, tudo em detalhes minuciosos. Provavelmente agradará mais quem é fã da série, mas não deixa de ser um romance policial interessante.
SOR marcou época e por muitos é considerado até hoje como o mestre do Beat n' Up. Caso você não tenha um Mega Drive, você pode encontrar os jogos da série, nas diversas compilações que foram lançadas pela Sega para os consoles de nova geração, uma delas é o "Sonic and Sega Genesis Collection" que esta disponível para PS3 e 360. Ou baixe um Rom para o emulador Gens que é distribuído gratuitamente na internet.
No mais, vlw
por mais essa e não pisem no freio, já que no próximo post falaremos do mais
tradicional jogo de corrida do Super Nintendo (você já sabe qual é?)
Até o próximo
Old School !!!!